quarta-feira, 24 de abril de 2013

ABRIGOS AEE

ATENÇÃO,

Nesta quinta-feira, às 8h e 30min, eu e a Prof. Dalva estaremos visitando malharias e projetando a escolha do abrigo do AEE. Logo, estaremos enviando a sugestão para as demais educadoras para a encomenda.

Atenciosamente,
Solange

FORMAÇÃO AEE - URI DE 07 A 10 DE MAIO DE 2013


Programação

Dia 07/05/2013 – Terça-feira

19h15min: Credenciamento e entrega do Material

Local: Hall de recepção/Auditório do prédio 13

20h: Abertura do evento

20h30min: Palestra de Abertura:“Contextos Educacionais Abertos às Diferenças”

Palestrante: Maria Tereza Eglér Mantoan (UNICAMP)

Local: Salão de Atos – Prédio 13

Dia 08/05/2013 – Quarta-feira

8h30min às 11h45min – Oficinas – Veja as oficinas oferecidas

Oficina 1: Software Boardmaker (Comunicação Alternativa)

Ministrante: Cleonara Escobar Pacheco Viana

Oficina 2: História em quadrinhos: Um instrumento para a Prática Educativa Lúdica

Ministrantes: Cristiane Ellwanger e Cristina Paludo Santos

Oficina 3: Técnica de Leitura em Braile

Ministrante: Roseli Mello

Oficina 4: Contação de Histórias em Libras

Ministrante: Maria Aparecida Brum Trindade

Oficina 5: Construção de Material Pedagógico Acessível para Alfabetização

Ministrante: Paulo Campos e Josiane Lerino

Oficina 6: Educação Física Adaptada

Ministrante: Hed Vilson Pires (Secretaria Municipal de Esportes)

Oficina 7: Estimulação Precoce

Ministrante: Sueli Antônio Paulo Bernardes (APAE)

Oficina 8: Utilização de Jogos como Ferramentas Pedagógicas Inclusivas

Ministrante: Ana Paula Cassel Atz (Secretaria de Educação de Santo Ângelo)

Oficina 9: Software DosVox

Ministrantes: Guilherme Schievelbein e Maikel Losekann (URI Santo Ângelo)

Oficina 10: Estudo do Corpo Humano com Deficientes Visuais
Local: Laboratório de Anatomia – Prédio 16
Ministrante: Fernando Duarte Cassel


Atenção! As oficinas têm vagas limitadas. A inscrição nas oficinas serão realizadas durante o credenciamento.

 

13h30min - Palestra: Os Desafios para Aliar Tecnologia à Educação Inclusiva”

Palestrante: Rita Bersch (Assistiva Tecnologia)

Local: Salão de Atos – Prédio 13

15h30min – Palestra: “Novos Rumos do Processo da Inclusão”

Palestrante: Mara Lúcia Sartoretto (Assistiva Tecnologia)

Local: Salão de Atos – Prédio 13

19h30min – Palestra: “Os desafios e possibilidades da cibercultura para os profissionais do século XXI”

Palestrante: Dr. Adriano Canabarro Teixeira (UPF)

Local: Salão de Atos – Prédio 13

Dia 09/05/2013 – Quinta-feira

8h30min às 11h45min – Oficinas -Veja as oficinas oferecidas

13h30min – Palestra: “Os Princípios do Desenho Universal e as Novas TICs”

Ministrante: Dra. Andrea Poletto Sonza (IFRS)

Local: Salão de Atos – Prédio 13

15h30min – Sessões Técnicas

20h: Palestra:” Tecnologias Digitais Acessíveis”

Ministrante: Dra. Débora Conforto (UFRGS)

Local: Salão de Atos – Prédio 13

Dia 10/05/2013 – Sexta-feira

8h30min às 11h45min – Oficinas – Veja as oficinas oferecidas

13h30min – Palestra: Computação Móvel Inteligente e a Novas Formas de Comunicação com os Dispositivos Móveis

Palestrante:Marcio Pereira de Sá (UFG)
Local: Salão de Atos – Prédio 13

15h30min: Sessões Técnicas

20h: Painel: “Políticas Públicas Inclusivas: Perspectivas Nacional, Estadual e Municipal”

Painelistas: Martinha Clarete Dutra (Ministério da Educação/Diretoria de Políticas de Educação Especial) / Dra. Rosangela Corrêa da Rosa (Promotora de Justiça de Santo Ângelo) / Cleonara Pacheco Viana (Coordenadora do Programa de Educação Inclusiva – SECADI/MEC)

Mediador: Lizete Diegues

Local: Salão de Atos – Prédio 13

21h30min: Encerramento

Áreas de Interesse


Os trabalhos submetidos podem ser resultado de pesquisa, estudos de caso, resultados experimentais e desenvolvimento tecnológico, na área de educação especial e tecnologias inclusivas, com enfoque em ao menos um dos tópicos abaixo relacionados (essa relação não é exaustiva):

  • Ambientes de Apoio a Aprendizagem;
  • Software Livre na Educação;
  • Jogos Educacionais: Criação e Utilização na Escola;
  • Objetos de Aprendizagem e Acessibilidade;
  • Estudos sobre novos dispositivos de interação entre professores e aprendizes;
  • Fatores legais relacionados ao design e uso de sistemas computacionais para fins educacionais;
  • Interação educacional via Ambientes Virtuais e Colaborativos;
  • Interação homem-robô como ferramenta para ensino-aprendizagem;
  • Interfaces inteligentes, adaptáveis e adaptativas;
  • Casos de sucesso;
  • Tecnologias assistivas e materiais adaptados;
  • Aspectos sociais da utilização das TICs na Educação;
  • Interação humano-computador com finalidades educacionais;
  • Usabilidade e Acessibilidade;
  • Ambientes inclusivos;
  • Utilização de dispositivos móveis na educação;
  • Educação, tecnologia e sustentabilidade;
  • Metodologias de ensino para pessoas com deficiência;

Instruções para Autores

O modelo de formatação dos artigos pode ser obtido aqui.

Os trabalhos podem ser escritos em Português, Inglês ou Espanhol e submetidos exclusivamente no formato PDF (formato gerado pelo Acrobat). O texto deve conter no máximo 8 páginas, incluindo resumo (abstract não é necessário), figuras, diagramas, bibliografia e anexos. Os artigos submetidos serão avaliados pelo Comitê de Programa do I SETI com base nos seguintes critérios de avaliação:

  • Originalidade;
  • Consonância com os eixos temáticos;
  • Obediência às normas do Espaço do Conhecimento;
  • Qualidade do texto (conteúdo, correção gramatical e formatação).

A submissão de trabalhos será exclusivamente eletrônica. Os artigos devem ser submetidos para o seguinte e-mail: seti2013@santoangelo.uri.br. Na submissão dos trabalhos deverão ser informados: a área de interesse na qual o trabalho está relacionado, bem como a categoria de submissão (conforme consta abaixo). Os trabalhos aceitos serão divulgados através do site do I SETI a partir do dia 25 de março de 2013.

Os trabalhos devem ser submetidos de acordo com 03 (três) categorias:

  • Relato de Experiência: descrição e reflexão teórica acerca de uma experiência relacionada ao tema central e/ou aos eixos temáticos do evento, indicando o que esta representou para os sujeitos envolvidos;
  • Pesquisa Científica: a pesquisa pode ser apresentada em quaisquer de suas fases, não necessariamente incluindo os dados, sua análise e discussão. Essencialmente, na leitura do trabalho devem ser percebidos: o tema de investigação, sua justificativa, indicações de referenciais teóricos, objetivos do trabalho e indicativos de metodologia (tanto aspectos teóricos quanto práticos);
  • Produção de Material Didático: descrição de características da forma, do conteúdo e do uso pedagógico de materiais didáticos inclusivos.

Os trabalhos poderão ser apresentados sob dois formatos:

Comunicação oral

  • As apresentações de Comunicação Oral serão distribuídas em 5 salas, de acordo com a programação do evento;
  • As sessões serão conduzidas por um Coordenador de Sessão, que controlará o tempo e mediará o debate com o público presente;
  • O tempo de apresentação é de, no máximo, 15 minutos, seguidos de 5 minutos para perguntas do público;
  • Serão disponibilizados equipamentos multimídias (projetores) com microcomputadores\

Painel (Pôster)

  • As apresentações de Pôster acontecerão em 1 sala, de acordo com programação do evento;
  • O pôster deverá ser elaborado obedecendo ao formato disponível no site do evento, sob pena de ser recusado para apresentação;
  • O texto do pôster deve ser organizado de forma clara e precisa;
  • Não é permitido o uso de recursos multimídias;
  • É de exclusiva responsabilidade do autor ou co-autor afixar, e guardar seu(s) pôster(es).

Os artigos somente poderão ser apresentados presencialmente por seu autor e/ou co-autor(es) inscrito(s) no I Simpósio de Educação e Tecnologias Inclusivas. A publicação dos artigos nos anais do evento está condicionada a inscrição de, pelo menos, um dos autores.

Será emitido um certificado por trabalho apresentado, contendo o nome do autor e co-autores e o título conforme conste no formulário de inscrição. Somente será certificado o trabalho que efetivamente for apresentado.

O modelo de formatação dos artigos pode ser obtido aqui.

 

Formação em Educação Inclusiva na 32ªCRE


Formação em Educação Inclusiva na 32ªCRE

No dia 18 de Abril de 2013, no Salão de Atos da 32ª CRE, reuniram-se 33 professores das salas de recursos da região da 32ª Coordenadoria Regional de Educação. Este foi o segundo encontro de uma série de formações que acontecerão mensalmente ao longo de todo o ano.

No turno da manhã, a pauta versou sobre as orientações da SEDUC, retomada das funções do professor da Sala de Recursos Multifuncional, Avaliação, Plano de Acompanhamento Individual dos Alunos AEE, planejamento e relatórios do trabalho pedagógico, com trabalhos em grupo. À tarde, aconteceram oficinas pedagógicas, com entrega de uma apostila para apreciação com Dicas Pedagógicas, sugestões de livros e subsídios teóricos. Em homenagem ao transcurso do Dia do Livro, as educadoras trocaram afetivamente alguns livros trazidos para esta dinâmica de trocas de LIVROS.

De acordo com as assessoras de Educação Inclusiva da 32ª CRE, Marisa Basso e Solange Battirola, os encontros sistemáticos acabam estreitando laços entre os professores e as formadoras, abrindo um canal permanente para troca de experiências e práticas.

Ainda de acordo com Marisa, essas formações são um movimento de ampliação e qualificação do atendimento aos alunos incluídos. “O programa de formação continuada qualificará os professores especialistas para atenderem a todas as deficiências e não somente a deficiência específica de sua área de formação. É importante tentar superar as dificuldades de cada aluno, diminuindo as barreiras das diferenças, sem se esquecer de valorizar as potencialidades individuais de cada aluno(a).”

Sugestões de Filmes

LISTA DE FILMES RELACIONADOS A EDUCAÇÃO


FONTE:

http://inclusaoguarulhos.blogspot.com.br/2010/02/cinco-filmes-relacionados-educacao.html

terça-feira, 16 de abril de 2013

Professores para uma sociedade inclusiva.


- Izabel Maria Madeira de Loureiro Maior*
Educar em Direitos Humanos.
A grande magia de ser professora ou professor é ter a possibilidade de abrir caminhos para o futuro, nos quais as pessoas agirão com mais fraternidade, guiadas por valores que resgatem, a cada momento, a dignidade humana.
Educar não é transmitir informações, mas antes, ensinar a pensar o mundo de todos e para todos. O mundo aberto, sem discriminação, marcado pela diversidade que confere valor ao conjunto, oferece espaço e oportunidade às diferenças e não aceita as desigualdades construídas, de acordo com Paula & Maior.
Cada professor precisa estar preparado para a educação em direitos humanos, com conteúdos que inspirem confiança na justiça social, que instiguem a prática da responsabilidade coletiva para a promoção da vida, com foco em ações diárias de cidadania.
A escola mudou, está em transformação contínua e, receber as pessoas sem rótulos faz parte da evolução cultural. “Ser diferente é normal”, estar na escola é normal, construir a escola inclusiva é mais do que normal, é indispensável para o alcance de uma cultura voltada para a paz entre as pessoas e as nações.
A partir dos direitos humanos somos iguais na diferença e, portanto, suportes, apoios e tecnologia assistiva são necessários para haver a inclusão na escola, no ambiente próximo, na comunidade e no mundo. As crianças, os jovens, suas famílias (adultos e idosos) têm o direito de conviver sem barreiras de atitude contra as minorias, entre elas a das pessoas com deficiência, as quais têm habilidades e desenvolvem competências, quando incluídas em ambiente pluralista e não marginalizador.
Da teoria à prática, há o marco legal, que precisa estar atualizado com a realidade e existem também as políticas públicas que valorizam o direito à educação, investem em qualidade e acesso de qualquer pessoa em bases iguais com as demais. A partir dessa sustentação, emergem planos, programas e ações, com metas, cronograma, recursos humanos e recursos orçamentários. O Estado é responsável pela educação de todos e a sociedade tem a função de acompanhar os programas desde a etapa de elaboração até a execução e o monitoramento dos resultados. Os conselhos de educação e os dos direitos das pessoas com deficiência exercem esse papel.
A Convenção da ONU.
Em 13 de dezembro de 2006, a Organização das Nações Unidas (ONU) adotou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, o mais recente tratado internacional de direitos humanos, que dedica o artigo 24 à Educação, asseverando que “Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência à educação. Para efetivar esse direito sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades, os Estados Partes assegurarão sistema educacional inclusivo em todos os níveis, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida.”
De acordo com o relato de Maior, “... o Congresso Nacional, entre os dias 13 de maio e 9 de julho de 2008, convocou audiência pública, escolheu a relatoria, realizou a votação e a promulgou o Decreto Legislativo n° 186/2008, da ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, documentos da Organização das Nações Unidas - ONU. De forma inédita, coerente com o que o movimento das pessoas com deficiência, os especialistas e o governo federal ansiavam, a nova convenção de direitos humanos é agora um mandamento da Constituição Federal. O Brasil fez o depósito, na ONU, tanto da ratificação da Convenção quanto do Protocolo Facultativo, no dia 1° de agosto de 2008, tornando-se o 34° e o 20° Estado Parte a assim proceder. A Convenção com equivalência à emenda constitucional é a maior conquista que o movimento das pessoas com deficiência obteve em 2008”.
Caberia acrescentar que a Convenção da ONU é o mais importante trunfo para a inclusão de 15% da população mundial, cerca de um bilhão de pessoas, como estima o Relatório Mundial sobre Deficiência, lançado em 2011, elaborado pela Organização Mundial da Saúde e pelo Banco Mundial. Esta cifra confirma os dados do Censo IBGE 2000, que apontou 14,46% como a média nacional de pessoas com limitação funcional.
É importante esclarecer, conforme Maior & Miranda, que a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva encontra-se em perfeita sintonia com o documento da ONU e a educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis.
Ainda citando os mesmos autores, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência traz as diretrizes gerais sobre cada um dos direitos, cabendo ao Brasil transformá-las em políticas e ações, tais como as preconizadas na Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva: fazer com que em todas as etapas e modalidades da educação básica, o atendimento educacional especializado seja organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatória dos sistemas de ensino a ser realizado no turno inverso ao da classe comum, na própria escola ou centro especializado que realize esse serviço educacional.
Percepção dos Direitos Humanos.
Em 2008, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República encomendou a pesquisa de opinião pública “Percepção sobre Direitos Humanos no Brasil”, que envolveu 2011 entrevistados, de 150 municípios nas cinco regiões do país. Encontrou resultados interessantes para o debate da educação em direitos humanos. Em resumo, a população valoriza os direitos sociais 68%, e de forma espontânea cita: direito à saúde, 47%, à educação, escola ou estudo, 38% e ao trabalho, 26%, em contraste aos direitos individuais ou civis, 53%. Dos direitos sociais reconhecidos como direitos humanos, o direito à educação e à saúde tiveram 98% de respostas de concordância, quando apresentadas as opções.
Entre os direitos de igualdade, 92% da população consideram que pessoas com e sem deficiência devem ter direitos iguais. Entre as prioridades de violações a serem combatidas, a discriminação contra as pessoas com deficiência foi citada por 66% dos entrevistados. Nesses dois índices, a questão da pessoa com deficiência ficou em segundo lugar, superada somente pela questão entre negros e brancos. Consideradas dezoito políticas públicas, a de atenção às pessoas com deficiência foi mencionada a terceira em grau de importância (95%) entre as ações do governo federal (combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes e combate à violência contra a mulher foram as duas primeiras, respectivamente, 97% e 96%).
Capacitação e valorização dos professores para a inclusão.
Tanto a Convenção da ONU como a Política de Educação explicitam a capacitação dos docentes, os recursos de tecnologia assistiva e demais meios e modos de apoio como elementos de base para a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais ao sistema regular de ensino.
Transcorridos os primeiros três anos da entrada em vigor da Convenção da ONU, é hora de mensurar a percepção das professoras e professores sobre o que entendem como direito humano à educação inclusiva. Saber se estão no centro do debate de como deve ser a sua capacitação para transformar a vida de todos os alunos em convivência harmoniosa entre diferentes, pois ninguém é idêntico ao outro, mas todos são iguais em sua essência humana.
As escolas e centros educacionais responsáveis pela formação dos mestres de hoje recebem novos desafios a cada momento: a inclusão digital, a era do conhecimento, os princípios do desenvolvimento sustentável, enfim, o girar dos ponteiros do relógio muitas vezes mais veloz do que a capacidade de absorver os novos conteúdos, de assimilar as mudanças tecnológicas e posicionar-se de maneira tempestiva para imprimir sua marca essencial às transformações culturais. O mundo não evoluirá sem a contribuição e a participação dos mestres de cada uma das turmas escolares existentes no nosso país e nas diversas maneiras de educação não formal. Não há revolução cultural para a inclusão que possa deixar à margem a capacitação em direitos humanos de cada um e de todas as professoras e os professores brasileiros. Respeitar-lhes os direitos é condição básica para que possam desenvolver a noção de exercício da cidadania junto aos seus alunos e, com isso, atingir toda a sociedade.
Sabe-se que as condições de trabalho e a faixa salarial não respeitam o papel dos professores e tampouco servem de referencial para estimular novas gerações de profissionais no campo da educação. As oportunidades de capacitação continuada são poucas e, muitas vezes, fora do poder aquisitivo desses profissionais. De forma semelhante, a compra de livros e revistas, a participação em atividades artísticas, científicas e culturais também é escassa e não está garantido ou é insuficiente o direito ao acesso à rede mundial de informação e comunicação, que tem como requisitos computadores, internet e periféricos.
Propostas para o alcance da educação inclusiva.
As condições atuais têm jogado sobre a vocação e o empenho individual a maior parte do ônus de ser profissional da educação no Brasil. Decerto, a política de valorização do magistério existe em lei e a ela são destinados recursos do orçamento público. Diversas estratégias de gratificação são postas em prática e outras medidas de atração para a permanência dos professores nas salas de aula surgem a cada dia. É claro que esses pontos dependem de decisão política, de uma grande concertação nacional no âmbito dos entes federativos e da esfera não governamental. As professoras e os professores não podem desaparecer mesmo na era da realidade virtual.
De maneira bem objetiva propomos que os mestres sejam ouvidos e nos digam o que falta em sua formação e capacitação continuada para apostarem ainda mais na educação inclusiva irrestrita, que ultrapassa a própria educação especial inclusiva de alunos com deficiência.
Com a pesquisa de opinião pública sobre a percepção dos direitos humanos, ficou claro o alto grau de importância que a população brasileira atribui ao direito social à educação. Na sequência, o estudo demonstrou que a discriminação contra as pessoas com deficiência foi apontada como violação a ser combatida, pois se entende que pessoas com e sem deficiência tem direito à igualdade, embora esse seja o terceiro direito humano mais desrespeitado. E com referência às políticas federais, aquela que trata da atenção às pessoas com deficiência está entre as três mais importantes segundo a opinião pública.
É possível considerar que a pesquisa ao refletir a percepção da população em geral, também apresenta a percepção dos profissionais da educação, o que permite assumir os resultados como ponto de partida para a valorização dos professores como agentes de efetivação do direito das pessoas com deficiência à educação em ambientes de igualdade de direitos e sem discriminação.
Sociedade, professores, governo e a Convenção da ONU.
A sociedade tem seu tempo de transformação e, historicamente demanda do Estado, novas normas e medidas que expressem a sua vontade. As organizações não-governamentais têm trabalho em rede, em parcerias com redes internacionais e com universidades e grupos de pesquisadores para demonstrarem que o tempo da educação inclusiva chegou. Tanto é assim que foi possível uma parceria de setores governamentais e dos movimentos sociais organizados, para a garantia do acesso e da permanência com sucesso dos alunos com necessidades educacionais especiais na escola de todas e todos.
A afirmação que o governo estabeleceu como uma das prioridades a educação inclusiva pode ser considerada verdadeira. Esta decisão obedece aos tratados internacionais, gerais e específicos de Direitos Humanos ratificados pelo Brasil. As pessoas com deficiência são sujeitos dos mesmos direitos de todos os membros da sociedade. Por decorrência imediata, os bens e serviços disponíveis na comunidade estão legalmente obrigados a lhes proporcionar o acesso. Com a participação pró-ativa de mestres formados e capacitados na educação em direitos humanos, a educação inclusiva ganha coerência e consistência, corpo e alma.

Referências Bibliográficas.
·                Paula AR; Maior IMML. Um mundo de todos para todos: Universalização de direitos e direito à diferença. (In) Revista Direitos Humanos/Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Brasília, v. 1, n. 1, p. 34-39, dez. 2008;
·                Maior IMML. Apresentação In: A convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência Comentada. Resende APC, Paiva FMV, coordenadoras. Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, Brasília, 2008;
·                World Health Organization. World Report on Disability 2011. Malta, 2011.
·                Maior, IMML; Miranda JR. Opinião. (In) Inclusão: Revista da Educação Especial/Secretaria de Educação Especial, Brasília, v. 4, n.1, p. 56, jun./jul.2008.
·                Brasil, Percepção sobre os Direitos Humanos no Brasil. Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Brasília, dez. 2008.
Texto em homenagem aos Mestres Marilia Madeira Costa e Francisco Duarte, in memoriam.
Izabel Maria Madeira de Loureiro Maior*
·                Médica fisiatra, Mestre em Medicina Física e Reabilitação;
·                Docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro;
·                Especialista em Neurologia, Bioética, Política Pública e Gestão Governamental;
·                Integrante do Núcleo Interdisciplinar de Acessibilidade, Reitoria da UFRJ;
·                Atua no movimento social de luta das pessoas com deficiência desde 1977.

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